Que a tecnologia blockchain pode ser usada em diversos ambientes diferentes, já sabemos. Mas já pensou em unir ferramentas como criptomoedas, NFTs, tokens e DAOs com o mundo da pesquisa científica? Pois isso existe e ganhou um nome: é o DeSci crypto.
O que significa DeSci? Vem de decentralized science, ou ciência descentralizada. A ideia é usar a potencialidade do blockchain para facilitar o financiamento de pesquisas científicas, a procura por dados certificados, o envio para revisão e a publicação de trabalhos.
A inovação do DeSci para a ciência
O propósito da ciência descentralizada é facilitar o acesso a recursos e tornar públicos os trabalhos dos pesquisadores. Hoje, esse processo é complexo e caro, e os resultados nem sempre são disponibilizados para a sociedade. O DeSci procura resolver alguns gargalos da pesquisa científica.
Financiamento coletivo via blockchain
Pesquisas científicas precisam de recursos financeiros. Geralmente, quem tem esses valores são universidades, governos e o setor privado. Conseguir o financiamento é um processo longo, que nem sempre é bem-sucedido — e é isso que o DeSci crypto procura resolver.
O ambiente descentralizado permite aos cientistas conseguir financiamento via criptomoedas, como tokens DeSci, de usuários ou empresas que investem em DAOs, ou de fundações de pesquisa. Há também protocolos DeFi e fundações que arrecadam fundos para destinação a pesquisas.
Publicação livre no blockchain
Um dos grandes obstáculos da pesquisa científica é a publicação em revistas especializadas. Os valores cobrados pelas editoras são altos, e com frequência elas detêm os direitos autorais da publicação e não remuneram os pesquisadores. No mundo dos blockchains, os autores sobem direto na plataforma e registram seu trabalho.
Uma vez na chain, outros cientistas podem revisar a pesquisa e sugerir mudanças, da mesma forma que aconteceria no mundo tradicional. No DeSci crypto, o registro das obras é imutável, o que garante ao pesquisador que seus estudos não poderão ser modificados.
Registro de propriedade
As editoras, de forma geral, detêm os direitos de propriedade sobre a pesquisa que foi publicada em suas revistas. No caso dos trabalhos publicados no blockchain, a propriedade intelectual é vinculada a NFTs, que podem ser negociadas livremente na plataforma.
Isso é inovador por ser uma forma de financiamento para futuros estudos. Cientistas podem registrar seu trabalho no DeSci crypto e vender parte dos direitos de propriedade para investidores. Assim, é possível obter fundos para suas próximas pesquisas.
Repositório de dados e colaboração global
Embora a Internet hoje seja uma vasta fonte de informações para pesquisadores, há quem publique trabalhos ou partes deles sem citar a fonte principal dos estudos, e não dá o devido crédito ao autor. No caso do registro em blockchain, smart contracts são programados para fazer essa referência de forma automática.
Assim, se um pesquisador encontrar um dado para seu estudo na DeSci crypto, ele pode utilizá-lo em sua obra, e o nome do autor será automaticamente citado como parte do estudo. Além disso, a rede conta com muitos pesquisadores que podem contribuir com estudos e até fazer colaborações nas pesquisas.
Desafios do DeSci crypto
A tecnologia é inovadora, mas enfrenta alguns desafios. Um deles são os tokens ligados à pesquisa científica, que ainda não estão disponíveis em alguns países devido à falta de uma legislação específica. Além disso, a web3 não é amplamente utilizada pela comunidade científica.
O financiamento via moeda DeSci depende do interesse de investidores em manter a pesquisa. Embora haja empresas farmacêuticas e universidades investindo em protocolos de ciência descentralizada, o aporte de recursos via blockchain está no começo.
Projetos DeSci
Para quem quer usar as ferramentas do mundo blockchain para financiamento de pesquisas, há alguns projetos DeSci crypto que disponibilizam fundos e facilitam a publicação de trabalhos.
VitaDAO
A VitaDAO é uma organização descentralizada que financia estudos na área de biociência e também disponibiliza a publicação de trabalhos. Dá para apoiar a plataforma por meio de contribuições de 9,99 dólares por mês.
Também dá para participar da comunidade adquirindo o VITA token, que é nativo da plataforma. Ele é de governança, e seus detentores têm poder de voto para aprovar propostas de financiamento de pesquisas em longevidade.
Molecule
O Molecule é uma plataforma que reúne vários projetos de ciência descentralizada no ramo da Biotecnologia, como se fosse um marketplace. Lá, há vários projetos DeSci que podem ser financiados via crowdfunding de criptomoedas ou pela compra de IPT (tokens de propriedade intelectual).
O Molecule não possui um token nativo, mas aceita tokens de propriedade intelectual de outras fontes. Além disso, os cientistas, ao registrar seu trabalho, cunham IPNFTs, que podem ser vendidos para ajudar no financiamento.
Gitcoin e Ethereum Foundation (EF)
Embora o GitHub e o Ethereum não sejam voltados diretamente para a pesquisa acadêmica, tais plataformas possuem fundações que financiam estudos na área de tecnologia e web3. O Gitcoin é voltado para a tecnologia da informação, e o EF ajuda pesquisadores com estudos relacionados com o Ethereum.
Saiba mais sobre criptomoedas
O DeSci crypto é uma forma inovadora para cientistas publicarem seu trabalho e conseguirem financiamento para suas pesquisas. Saiba mais sobre o mundo das criptomoedas e blockchains no blog da NovaDAX e fique por dentro das novidades!
