Hoje em dia estamos tão acostumados a ler notícias mirabolantes sobre ganhos ou perdas enormes em cripto, que às vezes notícias menores nos fogem à atenção. É o caso da história de um projeto cripto chamado Bitcoin Interest que ajudou a entregar comida à uma cidade da Venezuela quando todas as outras opções de ajuda já tinham esgotado!
“Comida, Não Lambos” – a incrível história de como uma pequena equipe cripto conseguiu enviar ajuda à Venezuela quando ninguém mais conseguiu
A história começa com um usuário cadastrado no projeto BCI (Bitcoin Interest) que minerava a moeda há mais ou menos 1 ano. ‘Carlos’ (nome fictício) foi sempre um usuário ativo da comunidade BCI, mas um dia entrou em contato com a equipe oficial do projeto para pedir ajuda para a sua cidade na Venezuela, cidade em que estavam com falta de comida, água potável e até mesmo eletricidade.
Mandar suprimentos para a Venezuela já é, por si só, uma tarefa dificílima. Recentemente suprimentos foram enviados para a Venezuela, mas quando chegaram na fronteira do país as forças armadas atearam fogo em tudo. Seria um desperdício tentar levantar fundos e comprar suprimentos, para perder tudo em minutos.
Foi então que a equipe do BCI decidiu usar criptomoedas para alavancar a possibilidade de ajuda, principalmente por sua qualidade intrínsca: sem fronteiras e pode ser usado no mundo inteiro. Durante semanas a equipe entrou em contato com qualquer pessoa que estivesse disposta a separar qualquer quantia para ajudar a causa, uma campanha que eles chamaram de #FoodNotLambos (Comida, não Lamborghinis). Após juntarem uma quantia significativa, eles compraram Bitcoin e começaram o planejamento.
O Desafio da Ajuda sem Fronteiras
Depois de ter os Bitcoins em mãos, o desafio maior seria enviar ajuda diretamente para a Venezuela sem passar pela fronteira física e correr o risco de colocar todos os esforços por água abaixo. Depois de um planejamento rápido, a equipe BCI juntamente com Carlos decidiram contatar lojas e comerciantes locais: já que não era possível enviar suprimentos de fora do país, a solução seria comprar de comerciantes Venezuelanos. Carlos então conversou com donos de lojas e pequenos comércios em sua cidade, que ficaram mais do que felizes de aceitar Bitcoin como pagamento por seus produtos!
Incrivelmente, a equipe e os lojistas conseguiram arrecadar 5.000kg de frango e mais de 7.500kg de arroz e farinha de milho. Agora era preciso juntar esforços locais para entregar toda esta comida (14 toneladas!) à população, e mais uma vez Carlos conversou com pessoas dispostas a ajudar a causa. No final das contas conseguiram 2 caminhões gigantescos de carga e vários voluntários.
Lidando com o Exército
Durante a entrega dos suprimentos a equipe foi parada pelo exército venezuelano, por suspeitas de ter recebido a ajuda do governo americano. Por conta da situação atual do país, qualquer ajuda enviada pelos Estados Unidos é automaticamente rechaçada e queimada, e o exército suspeitava que os suprimentos adquiridos pela equipe BCI e por Carlos eram de iniciativa Americana.
Por sorte tudo já estava planejado: Carlos tinha todos os recibos e notas de compra de cada mercadoria. Depois de horas à espera do exército confirmar toda a documentação, tudo certo: foi comprovado que todos os produtos tinham sido adquiridos localmente.
Depois que a distribuição começou, a palavra se espalhou rápido: logo as pessoas estavam esperando a chegada do caminhão com suprimentos na porta de suas casas, outras caminhavam vários quilômetros para chegar no ponto onde o caminhão se encontrava. Felizmente, havia comida para todos.
O sucesso foi tanto que, no dia seguinte, o exército mais uma vez foi controlar a distribuição com suspeitas de que o governo americano estava envolvido. Novamente, após horas de espera para o controle terminar, a equipe conseguiu comprovar que todos os alimentos foram adquiridos por comerciantes venezuelanos. Era tanta comida que não foi possível distribuir tudo em um só dia!
Menos Lamborghinis, Mais Humanidade
O exemplo do projeto BCI é um bom lembrete do objetivo inicial da criação do Bitcoin: um método de troca digital que não tem fronteiras, qualquer um pode usar e não existem bloqueios e censura. Nos últimos anos o foco principal do Bitcoin foi puramente especulativo, mas exemplos como a história acima nos fazem lembrar de casos e usos reais da criptomoeda para melhorar a vida de pessoas normais.
As criptomoedas só perderão o seu conceito de especulação de risco quando começaram a serem usadas no mundo real: pagar mercadorias, adquirir serviços e transações pessoa-para-pessoa. Em casos especiais, podem ser usados no exemplo acima: para ajuda humanitária onde o alcance de métodos normais e defasados nunca funcionariam.
O futuro das criptomoedas é brilhante, mas ainda temos muito chão pela frente para aumentar a adoção mundial e mudar o status quo da economia mundial. Façamos nossa parte.
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