O Wash Trade é uma manipulação no mercado financeiro no qual investidores compram e vendem ativos (que podem ser ações, títulos ou criptomoedas) de forma simultânea. Com isso, o ativo se valoriza, de forma artificial, e chama a atenção de exchanges e corretoras, que o identificam como uma oportunidade de investimento.
O movimento é parecido com quem compra likes e seguidores em redes sociais para parecer mais popular. Essa manipulação de preços, fazendo com que uma criptomoeda seja mais valiosa, atrai a atenção de outros investidores, que depois saem no prejuízo quando a moeda perde seu valor.
Como ele funciona?
Para que um fraudador possa vender e comprar criptomoedas de si, ele parte para uma série de artifícios, como criar perfis falsos ou até mesmo bots para fazer essa movimentação de forma intensa e rápida. Isso cria uma movimentação fora do normal, que é identificada por agregadores de coins e exchanges.
Assim, essa moeda ganha mais relevância e aparece no topo das listas de coins mais movimentadas. Com isso, outros investidores passam a comprar essa moeda, já que ela está em destaque. Essa é a ideia do Wash Trade: aumentar de forma artificial a cotação de um ativo e os lucros do investidor golpista.
Esse movimento de capitalização de mercado repentina aumenta a procura pela moeda e a mantém em alta por algum tempo no mundo cripto. Porém, essa onda positiva não dura para sempre: o golpista lucra com essa manipulação e, uma vez que esse momento acaba, os investidores reais amargam prejuízo.
História antiga
O Wash Trade (“comércio de lavagem”, em tradução livre) não é exclusividade dos tempos atuais. Já há registros dessa atividade nos anos 1930, nos Estados Unidos, na venda de ações de grãos. Golpistas faziam compras e vendas fictícias para inflacionar o preço desses ativos e levar prejuízo para quem os comprava de boa-fé.
Com isso, em 1936, foi aprovada a lei Commodity Exchange Act, que exigia que a compra e venda de ações só pudesse acontecer dentro de corretoras reguladas. Desde então, a manipulação de preços é considerada crime.
Outros golpes no mundo cripto
Infelizmente, esse não é o único golpe que acontece com ativos digitais — embora a dica também possa ser aplicada com ações e demais títulos de renda variável. Há outros que são relativamente comuns, como o spoofing e o pump and dump.
Spoofing
O spoofing é quando investidores lançam grandes ordens de compra e venda de um determinado ativo para depois cancelá-las. Essas movimentações fora do comum também chamam a atenção no ambiente DeFi, que identifica tal ativo como uma oportunidade.
Essa manipulação pode acontecer de duas formas. Uma delas é quando o investidor quer lucrar com um ativo e lança uma ordem de venda e muitas de compra, o que inflaciona o preço. Assim, ele cancela o pedido, e a cotação, que havia subido, volta ao normal.
Outra forma é quando ele quer comprar uma moeda por um valor menor da cotação atual. Assim, ele emite uma ordem de compra de muitas de venda, que não é concretizada e faz o preço despencar.
Pump and dump
O pump and dump é outro esquema de valorização artificial de criptomoedas. Ele consiste em divulgar informações falsas a respeito de um ativo digital como se ele fosse uma ótima oportunidade de lucrar com a sua valorização. As notícias têm aparência de verdadeiras, e contam até com a opinião de “investidores” experientes.
Isso cria um hype de que tal moeda é promissora e, assim como no Wash Trade, dá a sensação de que comprá-la é vantajoso. Quando ela chega a um patamar alto o suficiente, os falsários vendem todos os ativos digitais, ficam com o lucro e o preço cai abruptamente.
Rug pull
Conhecido como “puxada de tapete”, acontece quando um projeto de blockchain ou criptomoeda está na fase de levantamento de fundos. Uma vez que os fraudadores conseguiram arrecadar dinheiro com esse falso projeto, eles o abandonam, levam a liquidez embora e deixam os traders com o prejuízo.
Como evitar cair em golpes
Para não ser enganado por movimentos de Wash Trade, spoofing, rug pull, pump and dump e demais golpes, vale sempre pesquisar a história do projeto. Procure por white papers, que trazem as informações da moeda, blockchain, ou alguma inovação para as negociações cripto.
Outro detalhe ao qual se deve atentar é procurar pelos seus fundadores. Quem lança novidades no mundo dos ativos digitais deve ter experiências anteriores em exchanges, linguagem de programação, conhecimento acadêmico, ou na criação e desenvolvimento de coins, para ficar em alguns exemplos.
Além disso, vale acompanhar a cotação da moeda ao longo do tempo. Valorizações repentinas, com gráficos que sobem muito em um intervalo de poucos dias pode ser um indicativo de que este ativo digital seja fictício.
Saiba mais sobre criptomoedas
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