Muito se fala sobre a virtualidade dos ativos digitais. Como eles não existem no mundo físico, evitam o uso de metais e papel. Nesse ponto de vista, podem até ser considerados ecológicos, mas não é bem assim. Então, qual é o impacto ambiental das criptomoedas?
As transações de criptos afetam o meio ambiente, e isso é uma preocupação não somente dos proprietários das moedas, mas também dos desenvolvedores das tecnologias e de estudiosos ambientais. Veja como as coins afetam o ambiente e o que fazer para reduzir esse impacto.
Emissão de gases
O processo de fabricação de papel gera um impacto considerável no ambiente, em várias etapas. Primeiro, há a derrubada das árvores, que tiram de cena um excelente conversor de gás carbônico em oxigênio, por meio da fotossíntese. Ao irem para a fábrica, emitem mais gases no processo.
As máquinas da linha de produção que transformam a madeira em papel e as substâncias químicas utilizadas na fábrica produzem mais gases e resíduos tóxicos. Assim, o resultado desse processo vai além do papel em si, englobando o rastro de poluentes e emissão de CO2 que deixa no caminho.
Portanto, lidar com as finanças de forma digital (com moedas fiduciárias e criptomoedas) não poupa o ambiente desse tipo de poluição. Ainda há outro fator poluente que não é facilmente percebido, e vamos mostrar o porquê.
Minerar criptomoedas
Um exemplo de impacto ambiental das criptomoedas é o Bitcoin, que usa o modelo de mineração Proof-of-Work (PoW). Ele funciona à base de recompensa pelo trabalho. Assim, para um novo bloco ser adicionado à rede, cálculos complexos são realizados pelos computadores que resolvem as equações no chain.
Os computadores usam energia elétrica para funcionar. Assim, a mineração de criptomoedas no esquema PoW precisa de uma grande quantidade de eletricidade para existir. Isso consome recursos naturais e deixa um rastro de poluição.
O impacto ambiental das criptomoedas vai além da produção de energia. Os computadores que fazem os cálculos no chain ainda usam recursos minerais, como silício, metais raros nos chips, plástico (que vem do petróleo), entre outros.
Poluição indireta
A relação entre criptomoedas e meio ambiente mostra mais uma poluição indireta. Ela não mostra as árvores sendo derrubadas ou a fumaça que sai das chaminés das fábricas. A produção de energia, que no Brasil, majoritariamente, vem das hidrelétricas, é uma poluição pouco visível, mas não menos destrutiva.
Para construir uma barragem de armazenamento de água para fazer a usina funcionar, muitos rios são desviados e áreas inteiras são inundadas, muitas vezes, florestas e cidades desaparecem completamente. Essa é uma enorme mudança no ambiente.
Para construir as máquinas que processam os dados do blockchain, a extração e o processamento das matérias-primas até se transformarem no produto final são responsáveis pela emissão de carbono e outros resíduos, por meio da liberação de gás.
No Brasil
Os impactos ambientais da mineração no Brasil vêm da produção de energia, em vez da fabricação das máquinas que fazem esse trabalho. Se as usinas hidrelétricas mudam muito o ambiente, a produção de energia é considerada limpa e renovável, o que ganha pontos no quesito ambiental.
Uma tendência que cresce no país é o uso de energia fotovoltaica, que usa a luz do sol. Embora a produção das placas fotovoltaicas usem recursos minerais, o resultado a médio e longo prazo é muito recompensador porque é um tipo de energia renovável, sustentável e ainda mais limpa.
O impacto ambiental das criptomoedas no Brasil não chega a ser tão grande no quesito fabricação de máquinas, especialmente as ASICs (especializadas na mineração das coins), que são importadas. O principal problema é o consumo de energia.
O custo das coins
Viver de minerar criptomoedas no esquema PoW está cada vez mais custoso. No caso do Bitcoin, os cálculos para encontrar novos blocos estão cada vez mais complexos, fazendo com que as máquinas precisem usar muita energia para criar uma nova moeda.
Computadores tradicionais não têm a mesma agilidade para fazer esses cálculos, levam mais tempo e gastam mais energia. Assim, vale ver outros mecanismos de consenso, como o Proof of Stake (PoS), no qual os usuários validam os blocos, e o Proof of Authority (PoA), que valida novas moedas por meio da reputação.
Há solução?
O impacto ambiental das criptomoedas não é algo irreversivelmente destrutivo e irrecuperável. Para reduzi-lo, vale pensar em fontes sustentáveis de energia, reciclagem de peças de computador para produzir modelos mais novos e desenvolvimento de protocolos de consenso mais econômicos no consumo energético.
Isso vale não só para o mundo cripto, mas para a pegada ambiental de forma geral. A produção de energia renovável também serve para o dia a dia, da mesma forma que a reciclagem de materiais para produzir virtualmente qualquer outro produto.
Saiba mais sobre criptomoedas
Além do impacto ambiental das criptomoedas, o blog da NovaDAX te deixa por dentro do mundo das criptomoedas, como novas coins, NFTs, novidades dos blockchains, entre outros. Continue sua leitura e acompanhe essa tendência!